http://www.thecounselormovie.com/
Movido pela ambição, um advogado resolve juntar-se a um amigo em um esquema milionário com drogas. Quando os planos não acontecem como o previsto, todos os envolvidos são confrontados com sérias e violentas consequências.
Michael Fassbender, Penélope Cruz, Javier Barden, Cameron Diaz e Brad Pitt formam a fatia chamativa do elenco dessa produção de Ridley Scott. Sem grandes performances por parte de nenhum deles, o filme traz personagens que entram na trama de diferentes formas e que dividem as mesmas características: cinismo, humor negro e uma tendência a pensamentos filosóficos. É nos longos diálogos, todos encenados de dois em dois, que apreendemos toda a violência, o perigo e o sexo do mundo em que estão inseridos.
Sempre do ponto de vista do Counselor (Fassbender), vemos pela progressão dos acontecimentos o quanto as coisas podem ficar feias no lado B do mundo dos negócios. Há pouca ação e apenas uma cena que pode ser considerada picante, mas a bela fotografia é suficiente para criar a ambientação da história, desde o extremo luxo até o mais degradante buraco de um país de terceiro mundo.
“O Conselheiro do Crime” se diferencia de outras produções hollywoodianas pelo ritmo lento e longos diálogos. Há uma pretensão em criar grandes reflexões sobre escolhas e consequências que, se não for levada muito a sério, pode ser um ponto interessante da trama. Porém, sugiro não assistir com grandes expectativas por causa dos nomes envolvidos. É mais um filme para quem curte thrillers e quer fugir um pouco da fórmula americana clássica.
Pipoca com manteiga
Atenção: Para ler os trechos com spoiler é necessário clicar no título do post, acessando assim a página específica dele. Dessa forma, ao clicar no botão (que fica no meio do texto), a parte oculta do texto será revelada.
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
domingo, 10 de agosto de 2014
The Afflicted
http://www.afflictedpicturehouse.com/
Maggie (Leslie Easterbrook) é uma mãe de família tradicional, religiosa, casada com um bom homem chamado Hank (Kane Hodder) e mãe de quatro adolescentes: Carla (Sims Holland), Cathy (Michele Grey), Grace (Randi Jones) e Bill (Cody Allen). Quando ela pega seu marido fugindo no meio da noite para abandoná-la, a loucura acaba por dominá-la, tornando a casa da família em um cenário de puro terror psicológico e abusos físicos.
Apesar de baseado em fatos verídicos, é difícil relacionar o filme a qualquer realidade. Os acontecimentos representados até seguem o caso real e a adaptação não chega a ser terrível, porém, a execução enfraquece bastante a produção. Sem força dramática e um clima de tensão pouco convincente, o diretor Jason Stoddard não conseguiu um bom resultado em nenhum aspecto, ainda que a história tivesse potencial.
Não conheço o trabalho de Easterbrook, mas o que vi na tela me levou a considerar duas possibilidades: sua interpretação foi exagerada ou o personagem já era ruim no papel. Maggie, que poderia ter um fundo psicológico interessante e assustador, foi retratada como uma mulher que se transforma em um monstro psicótico de uma hora para outra, com rasos motivos para tal mudança. Não há qualquer tentativa de desenvolvê-la e tentar entende-la dentro de sua loucura, algo que seria importante uma vez que se trata de uma personagem baseada em uma pessoa de verdade. No filme, ela é apenas uma vilã má que maltrata os inocentes.
O pastor John (J. D. Hart) é o personagem mais proveitoso, pois tem o toque de dualidade que poderia estar em Maggie. Não da mesma forma, é claro. Porém, o pequeno esforço feito no pastor, que nem existe na história real, poderia ter sido feito nos outros personagens. Não teríamos uma trama profunda, mas elevaria o filme a um nível melhor.
Quem já ouviu falar do horrível caso de Theresa Knorr pode se interessar pelo título. Por isso, deixo aqui um aviso: a produção não chega nem perto do horror e do choque que se sente ao saber do que aconteceu na realidade. No entanto, não é um total desperdício de tempo para quem gosta desse gênero de filme.
Maggie (Leslie Easterbrook) é uma mãe de família tradicional, religiosa, casada com um bom homem chamado Hank (Kane Hodder) e mãe de quatro adolescentes: Carla (Sims Holland), Cathy (Michele Grey), Grace (Randi Jones) e Bill (Cody Allen). Quando ela pega seu marido fugindo no meio da noite para abandoná-la, a loucura acaba por dominá-la, tornando a casa da família em um cenário de puro terror psicológico e abusos físicos.
Apesar de baseado em fatos verídicos, é difícil relacionar o filme a qualquer realidade. Os acontecimentos representados até seguem o caso real e a adaptação não chega a ser terrível, porém, a execução enfraquece bastante a produção. Sem força dramática e um clima de tensão pouco convincente, o diretor Jason Stoddard não conseguiu um bom resultado em nenhum aspecto, ainda que a história tivesse potencial.
Não conheço o trabalho de Easterbrook, mas o que vi na tela me levou a considerar duas possibilidades: sua interpretação foi exagerada ou o personagem já era ruim no papel. Maggie, que poderia ter um fundo psicológico interessante e assustador, foi retratada como uma mulher que se transforma em um monstro psicótico de uma hora para outra, com rasos motivos para tal mudança. Não há qualquer tentativa de desenvolvê-la e tentar entende-la dentro de sua loucura, algo que seria importante uma vez que se trata de uma personagem baseada em uma pessoa de verdade. No filme, ela é apenas uma vilã má que maltrata os inocentes.
O pastor John (J. D. Hart) é o personagem mais proveitoso, pois tem o toque de dualidade que poderia estar em Maggie. Não da mesma forma, é claro. Porém, o pequeno esforço feito no pastor, que nem existe na história real, poderia ter sido feito nos outros personagens. Não teríamos uma trama profunda, mas elevaria o filme a um nível melhor.
Quem já ouviu falar do horrível caso de Theresa Knorr pode se interessar pelo título. Por isso, deixo aqui um aviso: a produção não chega nem perto do horror e do choque que se sente ao saber do que aconteceu na realidade. No entanto, não é um total desperdício de tempo para quem gosta desse gênero de filme.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
Assassinos por Natureza (Natural Born Killers)
http://www.oliverstone.com/natural-born-killers/
Mickey (Woody Harrelson) e Mallory Knox (Juliette Lewis) são sexys, divertidos, imprevisíveis e mortais. Seu objetivo, se é que há um premeditado, é se libertar das correntes de seus passados cruéis e superar o mundo que até então os ignorou. Para isso, percorrem cidades americanas deixando atrás de si um rastro de sangue e cada vez mais fãs de seu brutal estilo de vida.
O diretor que nos leva ao alucinante universo dos dois personagens – e sem economizar na violência – é Oliver Stone. Seu tom é um tanto caricato, por um lado suavizando o que poderia ser um longa muito mais pesado e, por outro, deixando sua crítica à sociedade da época muito bem marcada. A manobra lembra o estilo de Quentin Tarantino em alguns aspectos, que por acaso é o autor do roteiro original da história.
A narrativa quase surreal é levada pela fotografia, edição e efeitos visuais. Às vezes é difícil dizer o que está de fato acontecendo e o que é figurativo. A linguagem distinta já começa em uma das primeiras cenas, com câmeras em diversos ângulos e uma edição toda recortada. Na minha opinião, o estilo deu bastante personalidade ao filme e enriqueceu o resultado final.
Uma trama satírica, crítica e sangrenta protagonizada por um casal de desajustados. Indicado para fãs de violência, serial killers e para quem não quer perder grandes referências do cinema.
Mickey (Woody Harrelson) e Mallory Knox (Juliette Lewis) são sexys, divertidos, imprevisíveis e mortais. Seu objetivo, se é que há um premeditado, é se libertar das correntes de seus passados cruéis e superar o mundo que até então os ignorou. Para isso, percorrem cidades americanas deixando atrás de si um rastro de sangue e cada vez mais fãs de seu brutal estilo de vida.
O diretor que nos leva ao alucinante universo dos dois personagens – e sem economizar na violência – é Oliver Stone. Seu tom é um tanto caricato, por um lado suavizando o que poderia ser um longa muito mais pesado e, por outro, deixando sua crítica à sociedade da época muito bem marcada. A manobra lembra o estilo de Quentin Tarantino em alguns aspectos, que por acaso é o autor do roteiro original da história.
A narrativa quase surreal é levada pela fotografia, edição e efeitos visuais. Às vezes é difícil dizer o que está de fato acontecendo e o que é figurativo. A linguagem distinta já começa em uma das primeiras cenas, com câmeras em diversos ângulos e uma edição toda recortada. Na minha opinião, o estilo deu bastante personalidade ao filme e enriqueceu o resultado final.
Mallory é ótima, pois é a vítima que não chora. Em vez disso, ela lida com as coisas da forma que melhor aprendeu: lutando e matando. Apanha o filme inteiro e não gasta nem um segundo sentindo pena de si mesma por causa da injustiça que sofre. Sua reação é bater de volta sem dó, transformando-se, por isso, em um ícone de desejo.
Mickey, no entanto, é o lado mais interessante. Misterioso, não tem seu passado totalmente revelado, apesar de ficar implícito que sua família também não era das mais saudáveis. Surge na vida de Mallory como a salvação, a força, a segurança que ela precisava. Não é tão expressivo, mas é tão perigoso quanto ela. A entrevista ao repórter/apresentador sensacionalista Wayne Gale (Robert Downey Jr.) mostra como sua loucura pode ser glamourizada por uma mídia incitadora.
Juntos, saem por aí armados, fazendo o que quiserem sem se intimidar com regras sociais, leis e a possibilidade de qualquer tipo de retaliação. Nem mesmo sua consciência, exceto talvez no caso do assassinato do índio, é capaz de atingi-los. Enquanto isso, as tradicionais famílias americanas os assistem fascinadas, na segurança de suas casas-com-jardim.
Mickey, no entanto, é o lado mais interessante. Misterioso, não tem seu passado totalmente revelado, apesar de ficar implícito que sua família também não era das mais saudáveis. Surge na vida de Mallory como a salvação, a força, a segurança que ela precisava. Não é tão expressivo, mas é tão perigoso quanto ela. A entrevista ao repórter/apresentador sensacionalista Wayne Gale (Robert Downey Jr.) mostra como sua loucura pode ser glamourizada por uma mídia incitadora.
Juntos, saem por aí armados, fazendo o que quiserem sem se intimidar com regras sociais, leis e a possibilidade de qualquer tipo de retaliação. Nem mesmo sua consciência, exceto talvez no caso do assassinato do índio, é capaz de atingi-los. Enquanto isso, as tradicionais famílias americanas os assistem fascinadas, na segurança de suas casas-com-jardim.
Uma trama satírica, crítica e sangrenta protagonizada por um casal de desajustados. Indicado para fãs de violência, serial killers e para quem não quer perder grandes referências do cinema.
terça-feira, 8 de julho de 2014
Operação Invasão (Serbuan Maut/The Raid – Redemption)
http://www.sonyclassics.com/theraid/
Um mocinho com uma missão pessoal, um superior com sentimentos nobres, outro superior com motivações duvidosas, um vilão mau e inteligente e uma diversidade de dublês prontos para morrer de forma violenta e muito bem coreografada. Diretor e roteirista deste divertido longa, Gareth Evans partiu de um conceito básico: premissa simples, atuações exageradas e porradaria. O gênero é antigo, mas ainda mostra sua força ao atrair fãs de todo o mundo e que sentiam falta de lançamentos do tipo. E foi essa produção indonésia que os tirou da “seca” e reavivou um segmento adormecido.
A coisa é simples e essa é a sua beleza. Sem grandes pretensões, ao contrário do que costumam ser os filmes americanos, o filme se passa em uma mínima variedade de cenários e a maior parte de seus personagens escolhem facões em vez de armas de fogo. Não há um show de explosões ou gadgets avançados. O que tem é o ritmo frenético e um plot com uma quase profundidade, só o suficiente para prender a atenção e justificar, de certa forma, toda a ação.
A falta de inovações e a trama familiar (para quem assistiu “Dredd”) não atrapalham em nada. O objetivo não é refletir e nem sentir densas emoções. Este é um longa para quem quer ver lutas bem coreografadas e violência sem compromisso. Nesse sentido, a entrega é plena e você não vai achar muitas produções atuais melhores que essa.
Um mocinho com uma missão pessoal, um superior com sentimentos nobres, outro superior com motivações duvidosas, um vilão mau e inteligente e uma diversidade de dublês prontos para morrer de forma violenta e muito bem coreografada. Diretor e roteirista deste divertido longa, Gareth Evans partiu de um conceito básico: premissa simples, atuações exageradas e porradaria. O gênero é antigo, mas ainda mostra sua força ao atrair fãs de todo o mundo e que sentiam falta de lançamentos do tipo. E foi essa produção indonésia que os tirou da “seca” e reavivou um segmento adormecido.
A coisa é simples e essa é a sua beleza. Sem grandes pretensões, ao contrário do que costumam ser os filmes americanos, o filme se passa em uma mínima variedade de cenários e a maior parte de seus personagens escolhem facões em vez de armas de fogo. Não há um show de explosões ou gadgets avançados. O que tem é o ritmo frenético e um plot com uma quase profundidade, só o suficiente para prender a atenção e justificar, de certa forma, toda a ação.
Tirando as óbvias habilidades em lutas, o mocinho interpretado por Iko Uwais, Rama, passa despercebido até que a história exija dele maior participação. A relação complicada com o irmão, Andi (Donny Alamsyah), que faz parte do time “do mal”, não é nada que arranque lágrimas, mas não deixa de render duas ótimas cenas: a luta 2x1 dos irmãos contra Mad Dog (Yayan Ruhian) e aquela separação deles ao final, quando cada um vai para seu caminho.
Falando em Mad Dog, é fundamental comentar a presença desse capanga forte e quase imortal que, ao meu ver, foi o grande destaque do filme e trouxe as cenas mais divertidas. Dramático e cheio de rituais, é um personagem clichê que não pode ser suprimido de uma produção desse gênero.
Falando em Mad Dog, é fundamental comentar a presença desse capanga forte e quase imortal que, ao meu ver, foi o grande destaque do filme e trouxe as cenas mais divertidas. Dramático e cheio de rituais, é um personagem clichê que não pode ser suprimido de uma produção desse gênero.
A falta de inovações e a trama familiar (para quem assistiu “Dredd”) não atrapalham em nada. O objetivo não é refletir e nem sentir densas emoções. Este é um longa para quem quer ver lutas bem coreografadas e violência sem compromisso. Nesse sentido, a entrega é plena e você não vai achar muitas produções atuais melhores que essa.
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Transcendence – A Revolução (Transcendence)
http://www.transcendencemovie.com/
Com Johnny Depp, Morgan Freeman e Paul Bettany no elenco, sendo este último o que mais se destacou em tela, “Transcendence – A Revolução” propõe uma discussão sobre tecnologia, a possibilidade de nos tornarmos imortais por meio dela e também os perigos que pode representar para as pessoas, cada vez mais conectadas à ela. Will Caster (Depp) é um famoso cientista voltado ao desenvolvimento de inteligência artificial que trabalha com sua esposa, Evelyn (Rebecca Hall), e com o amigo e colega Max Waters (Bettany) e, após sofrer um atentado, acaba falecendo e tem sua consciência carregada em um programa criado por ele mesmo.
Enquanto o tema é interessante e bem atual, o longa opta por uma abordagem mais fantasiosa, voltada para diversão. O enfoque é bem superficial e prioriza o drama e os conflitos, nenhum dos quais traz grandes novidades ou surpresas. A escolha enfraqueceu bastante o filme em relação às expectativas do que poderia ser.
Mais uma ficção científica que deve ser levada menos a sério do que pretende, “Transcendence – A Revolução” vale para quem procura por uma nova produção do gênero, já que é uma das poucas que foram lançadas ultimamente nos cinemas, e para quem estava com saudades de ver Depp sem as maquiagens exorbitantes exigidas pelos papeis de Tim Burton.
Com Johnny Depp, Morgan Freeman e Paul Bettany no elenco, sendo este último o que mais se destacou em tela, “Transcendence – A Revolução” propõe uma discussão sobre tecnologia, a possibilidade de nos tornarmos imortais por meio dela e também os perigos que pode representar para as pessoas, cada vez mais conectadas à ela. Will Caster (Depp) é um famoso cientista voltado ao desenvolvimento de inteligência artificial que trabalha com sua esposa, Evelyn (Rebecca Hall), e com o amigo e colega Max Waters (Bettany) e, após sofrer um atentado, acaba falecendo e tem sua consciência carregada em um programa criado por ele mesmo.
Enquanto o tema é interessante e bem atual, o longa opta por uma abordagem mais fantasiosa, voltada para diversão. O enfoque é bem superficial e prioriza o drama e os conflitos, nenhum dos quais traz grandes novidades ou surpresas. A escolha enfraqueceu bastante o filme em relação às expectativas do que poderia ser.
Depp definitivamente não está em sua melhor forma, sendo mais inexpressivo que Cillian Murphy, cujo papel é bem pequeno. Seu personagem não causa empatia alguma, mesmo quando está à beira da morte, assim como a esposa que o ama e é o único elo de ligação à ele quando se transforma em uma consciência totalmente digital. Mesmo quando a trama revela um olhar um tanto positivo sobre o grandioso e suspeito trabalho dos dois, é difícil torcer por eles.
Outro problema são os conceitos bem absurdos e mal explicados sobre ciência e tecnologia. O longa mostra uma confiança absurda na capacidade de ambos ao apresentar uma consciência humana completa, com lembranças e sentimentos, carregada em uma máquina que, pela falta de outro termo, desenvolve incríveis superpoderes. O avanço acontece em menos de cinco anos porque um cientista renomado ganhou, de repente, acesso e capacidade de processamento de todas as informações que estão online. Nenhum dos acontecimentos parece verossímil, restando considerar tudo mera fantasia.
Outro problema são os conceitos bem absurdos e mal explicados sobre ciência e tecnologia. O longa mostra uma confiança absurda na capacidade de ambos ao apresentar uma consciência humana completa, com lembranças e sentimentos, carregada em uma máquina que, pela falta de outro termo, desenvolve incríveis superpoderes. O avanço acontece em menos de cinco anos porque um cientista renomado ganhou, de repente, acesso e capacidade de processamento de todas as informações que estão online. Nenhum dos acontecimentos parece verossímil, restando considerar tudo mera fantasia.
Mais uma ficção científica que deve ser levada menos a sério do que pretende, “Transcendence – A Revolução” vale para quem procura por uma nova produção do gênero, já que é uma das poucas que foram lançadas ultimamente nos cinemas, e para quem estava com saudades de ver Depp sem as maquiagens exorbitantes exigidas pelos papeis de Tim Burton.
domingo, 22 de junho de 2014
Amantes Eternos (Only Lovers Left Alive)
http://www.sonyclassics.com/onlyloversleftalive/
Há várias razões para ver em vampiros um tipo de criatura majestosa. Eles são poderosos e andam por aí com esse ar de mistério. Mas, é claro, não é só isso que compõe o charme irresistível. Tem também o perigo potencial; a fome por sangue que os faz seres obscuros, selvagens e muitas vezes fatais. Junte tudo isso à força, à rapidez e à eterna juventude e está pronto: uma bela e apelativa produção comercial. Sexo, beleza e sangue. É legal, é divertido e é o que os fãs gostam – eu, inclusive. Só que “Amantes Eternos” não tem nada disso.
Não é que Jim Jarmusch quis revolucionar totalmente a figura dessa criatura mística. Aliás, é exatamente o contrário. O filme traz poucas novidades para aqueles que já conhecem bem esse mundo alternativo. A direção de arte, junto com um trabalho competente de fotografia, criou uma ambientação bonita, mas não é nada que surpreenda. O objetivo do diretor foi desconstruir. E devo dizer que o resultado ficou bem interessante.
Verdade que o ritmo é lento e beira o tédio, o qual permeia a vida do casal Adam (Tom Hiddleston) e Eve (Tilda Swinton). A imortalidade, representada sem a beleza e a juventude padrão de Hollywood, enche os diálogos com referências históricas, porém, é o seu peso que conduz a trama. Os dois já viram e já aprenderam muito e ainda têm muito tempo pela frente. Adam é melancólico e se sente cansado. Eve continua apreciando calmamente os momentos que vive.
O longa tem vários pontos positivos, em especial o casal improvável formado por Hiddleston e Swinton. Mas o seu maior valor, ao meu ver, foi mostrar que cenas de sexo e nudez, sangue e violência e um alto nível de agressividade não são fundamentais para um bom filme de vampiro. Existe um outro lado que também rende boas histórias. Não, também não é o romance e nem as bobagens adolescentes. É o elemento humano, que os deixa mais complexos.
Adam e Eve me cativaram na tela. Até a aparição de Eva (Mia Wasikowska), a irritante irmã de Eve, é interessante. Os fãs dos seres imortais ganham muito conhecendo esses personagens, suas relações e intimidades. Por isso, fica a indicação. Só não espere um drama cheio de ação, com altos e baixos, e apelos baratos.
Há várias razões para ver em vampiros um tipo de criatura majestosa. Eles são poderosos e andam por aí com esse ar de mistério. Mas, é claro, não é só isso que compõe o charme irresistível. Tem também o perigo potencial; a fome por sangue que os faz seres obscuros, selvagens e muitas vezes fatais. Junte tudo isso à força, à rapidez e à eterna juventude e está pronto: uma bela e apelativa produção comercial. Sexo, beleza e sangue. É legal, é divertido e é o que os fãs gostam – eu, inclusive. Só que “Amantes Eternos” não tem nada disso.
Não é que Jim Jarmusch quis revolucionar totalmente a figura dessa criatura mística. Aliás, é exatamente o contrário. O filme traz poucas novidades para aqueles que já conhecem bem esse mundo alternativo. A direção de arte, junto com um trabalho competente de fotografia, criou uma ambientação bonita, mas não é nada que surpreenda. O objetivo do diretor foi desconstruir. E devo dizer que o resultado ficou bem interessante.
Verdade que o ritmo é lento e beira o tédio, o qual permeia a vida do casal Adam (Tom Hiddleston) e Eve (Tilda Swinton). A imortalidade, representada sem a beleza e a juventude padrão de Hollywood, enche os diálogos com referências históricas, porém, é o seu peso que conduz a trama. Os dois já viram e já aprenderam muito e ainda têm muito tempo pela frente. Adam é melancólico e se sente cansado. Eve continua apreciando calmamente os momentos que vive.
O longa tem vários pontos positivos, em especial o casal improvável formado por Hiddleston e Swinton. Mas o seu maior valor, ao meu ver, foi mostrar que cenas de sexo e nudez, sangue e violência e um alto nível de agressividade não são fundamentais para um bom filme de vampiro. Existe um outro lado que também rende boas histórias. Não, também não é o romance e nem as bobagens adolescentes. É o elemento humano, que os deixa mais complexos.
Adam e Eve me cativaram na tela. Até a aparição de Eva (Mia Wasikowska), a irritante irmã de Eve, é interessante. Os fãs dos seres imortais ganham muito conhecendo esses personagens, suas relações e intimidades. Por isso, fica a indicação. Só não espere um drama cheio de ação, com altos e baixos, e apelos baratos.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Malévola (Maleficent)
Existe um vício em contos infantis que, felizmente, está sendo aos poucos consertado: o maniqueísmo. Em 1959, a Disney nos apresentou a história da doce Princesa Aurora e como termina por cair na maldição de uma terrível bruxa chamada Malévola. Simples assim, a narrativa vem de muito antes do estúdio decidir animá-la e possui diversas versões. Este ano, a Disney retornou à mesma história, desta vez com uma visão nova: a de que não há apenas vilões e heróis e, algumas vezes, é possível ser os dois na mesma linha de acontecimentos.
Malévola não é apenas má. Verdade, ela lançou uma maldição em uma inofensiva bebê que destinava-a a morrer antes do pôr-do-sol do dia em que completaria seus 16 anos (na animação, a fada Primavera a salva, substituindo a morte por um sono profundo capaz de ser quebrado pelo beijo de amor). A pergunta que não foi feita em 59 e que agora tem um filme inteiro para responde-la é: por quê? Além da essência maldosa e da aparente amargura, a bruxa não apresenta grandes razões para fazer o que faz. Aí entra a personagem desenvolvida pelo diretor Robert Stromberg e pela belíssima Angelina Jolie.
Com algumas adaptações, o longa entrega tudo o que os fãs da história e de contos infantis esperam: aventura, drama, uma pitadinha de romance e uma ótima dose de fantasia. Não é apenas todo o visual da *fada* Malévola, mas também o rico mundo em que vive: uma floresta mágica cheia de criaturas interessantes. O tom é infantil, bem adequado ao público, sem deixar de divertir os adultos que estejam como acompanhantes ou que decidam assistir ao filme.
Em favor da poderosa fada que nasce e vive no coração da floresta e que crescerá para ser uma protetora amarga e ameaçadora, as três fadinhas que criam Aurora acabam sendo retratadas de forma mais superficial. Toda a ajuda e o bem que fazem na animação de 59 acaba ficando para Malévola que, corretamente atribuída como a Fada Madrinha, se apega à linda garotinha. A mudança não é ruim, porém, faz o público desgostar do trio, que é tão amado na primeira versão e causa quase raiva na atual.
A supressão do papel fundamental do casamento prometido é um bom aspecto, pois substitui a importância de um príncipe encantado pela validação do amor fraternal. A mensagem é quase a mesma de “Frozen”, mas não deixa de ser relevante. E por que não pegar esse conto tão icônico e transformá-lo em uma lição de amor diferente?
Por fim, temos a aparição de um novo vilão, ou pelo menos foi como o classifiquei. Stefan é a representação do homem, com todos os seus defeitos, em contraposição à natureza inocente e pura de Malévola, criada em meio à natureza e longe dos sentimentos de inveja e ambição. O garoto é ambíguo, pois nem tudo o que faz é de natureza meramente maldosa, mas ele é a representação de tudo de ruim que há num ser humano. Nesse sentido, talvez a intenção do filme em retratar o bem e o mal sem pintar os personagens de preto e branco pode ter sido prejudicada.
A supressão do papel fundamental do casamento prometido é um bom aspecto, pois substitui a importância de um príncipe encantado pela validação do amor fraternal. A mensagem é quase a mesma de “Frozen”, mas não deixa de ser relevante. E por que não pegar esse conto tão icônico e transformá-lo em uma lição de amor diferente?
Por fim, temos a aparição de um novo vilão, ou pelo menos foi como o classifiquei. Stefan é a representação do homem, com todos os seus defeitos, em contraposição à natureza inocente e pura de Malévola, criada em meio à natureza e longe dos sentimentos de inveja e ambição. O garoto é ambíguo, pois nem tudo o que faz é de natureza meramente maldosa, mas ele é a representação de tudo de ruim que há num ser humano. Nesse sentido, talvez a intenção do filme em retratar o bem e o mal sem pintar os personagens de preto e branco pode ter sido prejudicada.
Vale pela trama, pelos vistosos efeitos especiais e, para os mais velhos, pela nostalgia. A performance de Jolie é competente e sua incorporação da personagem não decepciona. Mesmo com alguns ajustes, a história respeita a versão original, que conquistou tantos fãs. Por tudo isso, a Disney está de parabéns pelo longa. É uma ótima aposta para quem tem filhos ou não!
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